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sexta-feira, 29 de maio de 2009•

às vezes eu tenho medo de sonhar...

Não queria continuar escrevendo post´s enormes sobre minha vida, mas a gente só vomita o que tem engasgado, né?
Não queria falar sobre muitas coisas que me aconteceram no passado, mas, se eu quero escrever sobre quem eu sou e o que acredito, tenho que desenterrar muita coisa e jogar aqui, em cima desta mesa.



Deixa eu ver onde parei:

O contato com minha avó se perdeu. Se perdeu na dor que minha mãe estava deixando de sentir, ou, que estava acostumando a sentir.


Acredito que apenas estava se acostumando a sentir...


...uma tarde de domingo, fomos a um churrasco onde, aproximadamente 7 anos depois de ele nos deixar, papai e mamãe iriam como marido e mulher. Absurdo o que "amigos do casal" conseguem fazer, né? As pessoas do churrasco eram grandes amigos de meus pais, mas que, por um motivo ou outro, acabaram se distanciando. Sabe aquelas pessoas que dizem: vc´s dois longe um do outro não tem sentido!, ?

Nesse dia, me lembro bem, minha mãe disse pro meu pai que ela criaria o filho dele com outra!

Fiquei pocessa!

Como ela ousa???


Bem... acabou não acontecendo.

Ainda bem. Eu nao ia suportar ter aquela criança em casa... Quem disse que ele não tem culpa??? Eu teria facilmente jogado ele pela janela, pode apostar!


Meu avô Fernando (siiiim, eu tenho o nome de meu avÔ), teve um infarto e morreu. Eu acho.

Acho que foi um infarto, pq que morreu, eu tenho ceteza.

Essa fase de minha vida foi muito confusa, a parte familiar, quero dizer. Eu ja tinha entrado na adolescencia, fase de minha vida que, se eu tivesse escolha, nao teria família... Teria só um tio e uma avó!

(Eu nunca disse que as coisas que ia escrever aqui agradariam... post pra depois...)

Nessa época, a convivencia com minha mãe era terrível!

Entre dizer uma verdade fácil e uma mentira sem-pé-nem-cabeça complicadíssima, eu ficava com a mentira. Entre ir pra escola e assistir aulas, eu assistia somente as de português (Pq eu dou muito valor em professoras muito boas) e de História (pq história geral é genial!) e, no horário das outras disciplinas ficava com Laiza, Márcio e trupe na pracinha.

Em 5 de janeiro - ou fevereiro - do ano que eu fazia 8ª Série (1993), eu tive um sonho que nunca irei me esquecer (o que, aliás foi a origem pra esse post).

Alguem sabe o que é caqueiro???
Partindo do principio que não, eu vou dizer o que é: Um vaso. Um vaso onde vc planta... plantas.
Em minha casa tinha um de cimento, de mais ou menos 70 cm de altura que parecia um tronco de árvore cinza.
Deve ter ele ainda no quintal da casa de mãe (minha avó, Nair, mãe de minha mãe).


Em meu sonho, minha avó (Nair, mãe de meu pai. Sim, as duas tem o mesmo nome.) e eu, escavávamos esse caqueiro que tinha em casa. A imagem mais parecida com a que vi no sonho é essa:


Aliás, essa imagem é muito parecida com o que vi depois de tirar alguns centimetros de terra... Não consigo tirar essa imagem da cabeça...

Depois que removemos a terra, minha avó e eu, fiquei meio estrarrecida e imovel ao ver o qjue revelamos, mas ela falou:
- Temos de continuar, minha filha, depende disso.
Eu não fazia idéia o que dependia disso, mas sabia que tinha de encontrar algo. E continuei a cavar.

Encontrei.
Encontrei uma vela preta, um pouco queimada. Ela estava torta, como se tivesse sido muito manuseada ao calor...
Minha avó suspirou aliviada. Eu entreguei a vela pra ela, mas nao vi o que ela fez, so senti ela passar a mão em minha cabeça.
Continuei cavar. Não sabia se tinha terminado ou não, continuei a cavar. Desta vez encontrei flores murchas. Rosas morrendo. Olhei pra o lado, com todas as dúvidas que só uma adolescente pode ter, mas minha avó não estava mais. Junto a mim, só o cheiro de rosas amassadas, terra molhada e a imagem de cemitério que o caqueiro emanava...


...E dentro dele, minha avó me olhava.

Não sei se foi exatamente depois disso que acordei, mas, é claro que acordei aquele dia. Só não sei quando, e se foi por causa do sonho.


Às 8 da manhã - sim, eu lembro o horário - Norminha me grita pra eu chamar mamãe na casa de Lena - mãe de Laiza - pq minha Tia Rita, irmã de papai, tava no telefone.
Eu, é claro, fui.
Menos de um quarteirão, e eu chego. Analisando bem, a reação de mamãe ao recado, foi meio óbvia:
- D. Nair morreu... - e saiu correndo.
Eu fiquei lá um pouco, conversando com Laiza. No mínimo sobre "os meninos"...
Quando cheguei em casa, minha mãe estava chorando, o que pra mim era muito esquisito àquela hora da manhã. Então ela me olha, desapontada comigo e diz:
- Você não ouviu o que eu disse? Sua avó morreu!!!


Primeiro eu quis, como minha mãe, chorar. Mas não consegui... Não consegui e não sabia porquê. Hoje eu sei: minha mãe gostava muito mais de minha avó do que eu. Minha mãe gostava muito da sogra dela... Não é à toa que não existe ex-sogra.


A segunda coisa que pensei, foi em meu sonho. Que Diabos de pessoa era eu? Que peste de neta poderia ser eu, que tenho um sonho daquele, sabendo que não era aniversário de ninguém pra tia Rita ligar, ouvindo a observação de Mamãe e não notei???
Como eu poderia simplesmente não saber? Eu nunca sonhava com minha avó!


Foi a primeira vez que eu percebi isso. Foi a primeira vez que um sonho, analisado friamente, fazia todo sentido. Todo sentido...


Hoje eu tenho medo de sonhar.
Morro de medo de sonhar, e, novamente não perceber - como já aconteceu doas ou três vezes depois disso.


Quero sonhar e poder fazer algo... Pq o contrário, não faz nenhum sentido.

Nair Alves de Almeida.
Ela já tinha todos os cabelos brancos na lembrança mais antiga que tenho dela. E também tinha a saúde muito debilitada, o que agravou depois do suicídio de meu tio, seu filho mais novo.

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